Riacho Barriguda - De córrego de águas cristalinas a rego sem vida.
BARBOSA,
T. M. S.
Onde floresce ricos palmeirais,
A serra da cinta a exaltar,
A riqueza de seus canaviais.”
(Trecho do hino de Sítio Novo-MA)
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Desde o início do povoamento de Sítio Novo
– MA iniciado em 1935, quando as famílias Nascimento, Batista e Oliveira
instalaram-se na região com a intenção de se dedicar ao cultivo da
cana-de-açúcar, o Riacho Barriguda foi um dos grandes protagonistas da história
de todos os sitionovenses, o riacho recebe esse nome devido a barriguda (Ceiba glaziovii) uma árvore típica da região que chega a medir cerca de 6–18
m de altura, com copa ampla e bastante ramificada, de tronco intumescido com
mais de 1 m de diâmetro.
Utilizado para pesca, banhos e
principalmente pelas lavadeiras de roupas da região, teve suas margens
devastadas para dar lugar ao cultivo da cana-de-açúcar, atividade econômica que
por décadas foi a única forma de obtenção de renda e lucro da cidade que
produzia rapadura e aguardente para serem vendidos nas cidades de Imperatriz –
MA e Grajaú – MA.
Foto: Raimundo Machado |
A bela vegetação que cobria o riacho foi
desaparecendo e em seu lugar surgindo grandes canaviais, e hoje o que resta são
apenas pastos e um córrego a beira da exaustão. Ao ouvir relatos de moradores
da cidade, peguei-me a me imaginar as manhãs e tardes daquelas pessoas passadas
a beira do riacho, discorrem de forma saudosa os banhos, as pescarias e as
lavagens de roupas feitas em tais águas. O barulho da correnteza era de dar
gosto de se ver e ouvir, e hoje o que antes parecia um canto de alegria e
euforia mais parece um lamento e um pedido de socorro, a cada dia que se passa parece
que ele desaparece e leva consigo um pouco de nós, nós sitionovenses que temos
a nossa história cravada em suas margens e que por inúmeras vezes deixamos o
tão frágil riacho Barriguda passar despercebido.
Dentre os principais problemas enfrentados
pelo riacho pode-se destacar a redução e/ ou o desaparecimento de espécies da
fauna e da flora típica da região, como por exemplo, redução significativa na
quantidade de gameleiras (Ficus adhatodifolia), além da árvore que dá o nome ao riacho.
A falta de vegetação nas margens do riacho
desencadeia uma série de problemas, como o assoreamento de seu leito, haja
vista que a cobertura vegetal funciona como uma barreira de contenção que
diminui a velocidade da enxurrada em período chuvoso e suas raízes funciona
como forma de sustento para a terra das margens de rios, córregos e riachos,
evitando que a mesma ceda e venha a aterrá-los.
Outro fator preocupante é o recebimento de
efluentes líquido provenientes da cidade, pois vale ressaltar que a mesma não
conta coleta seletiva de esgoto, o que vem a ser despejado a céu aberto e
direcionado à foz do lago do Enxú, que desemboca suas águas no riacho levando
consigo rejeitos residenciais.
No
período chuvoso, essa ação é intensificada, pois aumenta o volume de água do
lago o que consequentemente fará esse transporte de rejeitos com mais rapidez.Foto: Raimundo Machado |
Em meio aos fatos mencionados fica a
certeza de que o Riacho Barriguda foi e continua sendo símbolo da história do
povo sitionovense, pois foi em suas margens que a nossa cidade se edificou, e
agora cabe a nós lutar para trazê-lo de volta antes que nos reste dele apenas
lembranças de um tempo que já se foi.
Está na hora de pensarmos no
futuro, de ajudar e trazer vida ao leito do belo riacho de outrora, que possuía
águas cristalinas e que banhava e dava alento a nossa cidade. Como disse Paulo
Araujo e João Filho na Música Margem: “Se esse rio desaguar em ti, viverás,
viverás, viverás sem mim, e se não acontecer assim, morrerá, morrerá, morrerá
enfim.”
Referências Bibliográficas
Falando
de Meio Ambiente – disponível em http://vivi-ambiental.blogspot.com.br/2011/02/projetos-de-revitalizacao-dos-rios.html
Voces
conhecem a barriguda? Disponível em http://bio-orbis.blogspot.com.br/2016/04/voces-conhecem-barriguda.html
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