Sítio Novo, dos grandes canaviais a práticas agropecuárias

     A cana-de-açúcar (Saccharum spp.) planta originária da Ásia, é conhecida por suas características peculiares: uma planta fina de formato cilíndrico, folhas grandes e pode alcançar até seis metros de altura. É com ela que se faz dois produtos essenciais para a economia mundial: o açúcar, parte indispensável da alimentação humana, e o álcool, utilizado nas bebidas alcoólicas como por exemplo na cachaça, ou como combustível para abastecer os carros, também conhecido como etanol (C2H6O). Dela também se produz, o melaço, rapadura e o aguardente.
   Historicamente ela é um dos principais produtos agrícolas do Brasil, sendo cultivada desde a época da colonização principalmente na região Nordeste. São vários os motivos que levaram a escolha dessa região para o exercício de tal prática, dentre os quais pode se destacar, o clima quente e úmido e o solo de massapé do litoral nordestino que era ideal para o plantio da cana-de-açúcar. Outra razão era que os portugueses estavam interessados apenas em cultivar um produto que fosse bastante consumido na Europa, nesse caso o açúcar, isso foi o fator decisivo que levou os portugueses a implantarem a cultura de cana-de-açúcar no Brasil.
  Em Sítio Novo o cultivo dessa planta iniciou-se por volta de 1935 com a chegada das famílias Batista, Oliveira e Nascimento, tornado-se os pioneiros na produção de rapadura e aguardente que eram comercializados, vendidos ou trocados nas cidades vizinhas. Instalaram-se às margens do Riacho Barriguda, pois lá tinham um ambiente propicio para a o plantio e manutenção de seus canaviais.
Brasão de Sítio Novo-MA
Depois de escolhida a região, iniciou-se o preparo da terra com a retirada da cobertura vegetal, e o que antes era um berçário de espécies nativas da fauna e da flora foi cedendo espaço para os grandes canaviais. Durante o período compreendido entre o plantio e o corte da cana, as famílias que ali se estabeleceram dedicavam-se a outras atividades, como o cultivo de arroz e de feijão, além da criação de suínos, bovinos e algumas aves.
  No auge dos canaviais, Sítio Novo contava com 24 engenhos movidos a boi de carro, o que no período do corte da cana atraia centenas de pessoas para a região, e foi essa aglomeração de cortadores que deu origem a nossa cidade. Depois de cortada  a  cana era moída para assim extrair o seu caldo, que também era chamado de garapa, em seguida era levada para tachos onde borbulhava por horas até formar um mel, ao atingir o ponto ideal era transferida para outra panela, onde cozinhava mais um pouco até começar  a se soltar do fundo. A etapa final da fabricação do doce tinha que ser rápida, pois assim que era retirada do fogo a calda endurecia rapidamente.
   Para dar forma, a calda grossa e espessa era despejada em formas de madeira onde permanecia até endurecer. Depois de produzida, a rapadura juntamente com o aguardente (pinga de engenho) e outros dois produtos que eram produzidos na região, sendo eles o fumo e o algodão, eram transportados em cavalos e mulas até as cidades de Imperatriz e Grajaú onde eram vendidos ou trocados por querosene, sal, tecido entre outros produtos, o trajeto até essas cidades levava em torno de um a dois dias.
   O tempo passou e o cultivo da cana-de-açúcar foi cedendo espaço para a criação de bovinos que segundo o IBGE, em 2006 a criação chegou em torno de 79.734 cabeças de gado, destinados à produção de leite, venda, abate e comercialização de carne, e a cidade que se edificou através dos canaviais passou a ser movida a práticas agropecuárias.


Referências Bibliográficas

Cana de açúcar no Brasil disponível em http://infoener.iee.usp.br/scripts/biomassa/br_cana.asp


Outras fontes

Relatos de moradores

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